segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Stalker


Uma vez perguntei pra minha terapeuta o que ela achava que definia uma pessoa como obsessiva por outra; até que nível a perseguição podia ser considerada normal.

Claro que, ela me conhecendo só um pouquinho, e vendo minha cara de preocupação ao esperar a resposta, já pediu pra eu começar a contar a minha história.rs

Eu, como toda boa curiosa, sempre abusei de orkuts, blogs, amigos-fonte e etc pra conhecer os garotos que me interessavam.
De uns tempos pra cá, comecei a reparar que enquanto amigas minhas mal conheciam os namorados, eu já sabia quais eram as dores e os amores, mãe, avó e titia das minhas vítimas, mesmo que com algumas delas eu não quisesse nada além do interesse... Não demorava muito pra eu saber. E eu não sabia quem estava mais errada: eu ou elas. Até porque entrei em pavor ao perceber que eu poderia ser uma paranóica e não saber.haha

No final, minha terapeuta falou que o meu problema era só o tamanho da minha curiosidade. Contanto que eu respeitasse os limites éticos, não tinha problema eu querer entender a outra pessoa antes de "mergulhar de cabeça" no meu sentimento ou não.

Às vezes, ainda me pego naquela dúvida terrível: se é certo ou não tentar saber daquilo. Cada dia é uma luta, até porque eu já fui bem mais liberal do estilo que justifica os erros como uma característica própria e ponto (como se o 'defeito' fosse inevitável).
Hoje, na dúvida, eu já fico com o "melhor não" e me afasto, antes que fique mais tentada. E cada um desses episódios pra mim são passos. Podem até ser essenciais, mas não deixam de ser um motivo de alegria, pra mim que sei bem como eu era.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Dois mil e oito

Numa roda de amigos, fomos relembrando dos motivos de gratidão pelo ano de 2008.

Quando chegou a minha vez de falar, tentei pensar no que priorizar e o que saiu foi: eu agradeço a Deus porque foi um ano em que fui muito quebrada.

Estranhe, mas eu fiquei feliz depois, ao repensar no que falei... Realmente, ele não só me quebrou como me esmigalhou. Foi um ano bem sofrido, mas que rendeu frutos tão grandes! Fui descobrindo meus piores defeitos escondidos, aqueles que só se revelam quando chegamos no nosso pior limite. E então pude tentar consertá-los.

Nesse ano eu lutei pra ser mais sincera quanto aos meus sentimentos. Havia muita coisa que eu achava que era, fazia e acontecia, porque demonstrava, mas que na verdade não tinha real vontade, sinceridade - daquele tipo que se afirma "é claro" e "é com prazer", mas que te deixa louco pra sair correndo - e fui tentando descobrir o prazer nessas coisas, o que tem sido ótimo pra mim!
E graças ao Pai, muita coisa eu mudei, muita coisa eu ainda não descobri... Mas tenho toda a vida e a maior vontade pela frente!

Posso dizer que 2008 foi um ano em que Deus me fez em cacos, mas me transformou numa pessoa melhor, fez uma versão mais verdadeira da Rafaela.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Masoquistas S. A.

Como que nas férias que eu mais queria descanso, quando eu realmente o consigo (mesmo que forçada), não consigo me sentir nem um pouco satisfeita?

Continuando a novela de ontem, quando eu contei pra minha mãe, ela só perguntou como eu estava. Eu falei que estava bem triste, mas mais preocupada por causar tal desgosto a eles. Ela falou para eu não me preocupar com os dois... Que a perda maior era minha.
Ai, que palavras duras de se ouvir! Talvez mais duras do que insultos e berros sem sentido... Ser vítima e culpada ao mesmo tempo é uma das piores sensações.

Quando falamos de masoquismo, muitos se retorcem e falam "até parece que eu gosto, isso é coisa pra gente doente!". Mas tenho percebido que ele é mais comum na vida das pessoas do que aparenta ser.

Eu por exemplo, odeio ser de alguma forma digna de pena... Não gosto de me sentir uma coitada, acho isso decadente e até fico muito irritada quando alguém começa com drama, esperando que passem a mão na cabeça.

Mas hoje, que é meu dia de tpm mor, eu cancelei os meus dois compromissos com amigos pra ficar aqui em casa em frente a um computador, comendo um doce atrás do outro só pelo desprazer de quebrar minha dieta, auto-estima baixa com rabo de cavalo lá em cima, pijama e cobertor, olhando pro céu nublado, lembrando que eu perdi o meu vestibular, blablablá!

ENFIM, eu tô me torturando. E eu fico indignada com o tanto que sou boa em auto-tortura. Talvez eu seja uma masoquista não assumida, e já que a partir do momento em que eu identifico um problema meu, é responsabilidade minha resolvê-lo...

Vou cuidar de mim! Beijos e logoff

P.S.: Tá tocando Everybody Loves a Loser, da Morcheeba aqui... Que inconveniente! hauhauaa

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Momento desespero

Daqui a alguns instantes, estarei ouvindo alguns muitos e enormes berros da minha mãe.
Isso porque acabei de abrir a página de acompanhamento do CESPE e percebi que eu esqueci de pagar a inscrição pro vestibular e agora o que está aparecendo lá é só "Inscrição Cancelada".
A minha vontade era gritar comigo mesma, mas vou me poupar pra só ouvir dos meus pais mesmo.
Eu sei que isso vai causar uma revolução aqui em casa, começando que eu já estava inscrita pro cursinho intensivo e já tinha todos os planos em volta desse vestibular.

Tudo vai começar quando eu entrar no quarto da minha mãe e contar... Então, porque não deitar na minha cama e acordar só depois do vestibular, ou então ir tomar essa chuvinha maravilhosa que tá lá fora até pegar uma pneumonia pra 1 mês?

Ai, burradas que ficam pra história. =(

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Etapa concluída


"Crescer nunca é fácil.
Você se apega a coisas que passaram... E se pergunta o que virá.
Mas, naquela noite, acho que nos demos conta de que havia chegado a hora de esquecer o passado... E encarar o que viria.
Outros dias, dias novos, dias que viriam.
O fato é que não tínhamos de nos odiar por ficarmos mais velhos. Tínhamos apenas de nos perdoar por estarmos crescendo."
*
De um episódio de Anos Incríveis (Wonder Years)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Estabilidade

Por muito tempo eu tentei me convencer de que o estável seria o melhor lugar para se estar.

Como num vôo, numa corrida ou em qualquer ação onde estabilidade é sinônimo de estar seguro, assim eu comparava à vida. Segurança era tudo o que eu ansiava.
Nem pra cá, nem pra lá. Nem muito avançado, nem deixado para trás. Estabilidade é ter tudo muito calmo, meticulosamente calculado.

Como eu cresci em um lar muito passional, "intenso", acho que vendo os lados negativos disso eu desejei mudar a história das minhas próximas gerações, podendo no futuro ser conhecida como uma mulher sábia, ponderada. Não creio que podemos mudar o que sentimos, mas como procedemos e aparentamos ser, sim... Isso é tudo questão de costume, de como nos moldamos.

Na Bíblia, em Eclesiastes é dito que devemos evitar ambos os extremos de qualquer coisa. E eu tenho usado isso como um amuleto pra justificar todas as vezes que não me movi - acho que até já o citei aqui uma vez.
Em tudo que me falta coragem, eu uso esse amuleto pra convencer os outros e a mim mesma de que eu estou fazendo o melhor ficando parada, optando pela estabilidade.

... Talvez esteja na hora de ser um pouco mais passional, dar oportunidade para os erros serem cometidos, para que também os acertos e vitórias possam ser maiores.
Pai, quanta coragem me falta!

sábado, 22 de novembro de 2008

Stranded


Se eu pudesse pedir só uma coisa pra esse fim de ano, eu me embaralharia e pediria várias.

Pediria calma. Só dias chuvosos e frios, músicas lentas, pessoas falando num tom razoável. Nada de berros, insultos, portas batendo e carros buzinando. Mais vontade de ser carinhosa com as pessoas do que tenho sido.
Poder ficar mais tempo sozinha, sem que os outros ou eu mesma me condenasse por estar solitária, como que abandonada. Eu queria apenas ficar só, ter mais tempo pra mim. Não por egoísmo ou indisposição com os outros. Apenas só.
Ah! E sem novas paixões, seria ótimo.

Mas quem sabe o que é melhor pra mim não sou eu, vai saber o que Deus me reservou...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Coquetel da alegria

butilbrometo de escopolamina e dipirona sódica + nimesulida + ácido menfenâmico + bolsa de água quente me cozinhando aos poucos + meias, muitos cobertores e luzes apagadas

Seria perfeito,
se eu não tivesse várias provas decisivas amanhã. A dor foi maior e eu esqueci, simplesmente apaguei. Agora dá vontade de pegar o cachecol que eu tô usando e me enforcar. Eu nem devia estar aqui perdendo tempo, mas preciso desabafar da minha frustração comigo mesma.

E não, nunca seria perfeito. Cólica nunca será perfeita, cólica é uma merda.

E tenho dito! ;P

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Blowing candles

Que Deus não me tire isso,
que Deus não me tire as maravilhosas amizades que tenho, melhores do que as que eu pedia em meus sonhos (sendo que eu mais sonho do que piso em terra firme, hein?).
A cada ano, na época do meu aniversário eu coloco alguns temas pra refletir e interceder, mudar na minha vida.
Em 2008, finalmente essas reflexões não foram repletas de autocrítica e pessimismo do tipo "se eu não mudar, vou ser infeliz no futuro".

Na minha festa, vendo os meus amigos se divertindo, rindo, conversando, amando uns os outros e unidos por um motivo maior que é Deus... Cara! As vezes eu parava tudo e ficava olhando mais de longe, pensando que era só isso o que eu queria, até que minha mãe me acordava dizendo que eu tinha que agilizar, que eu era a anfitriã e blablablá.

Então, eu decidi o que eu queria pedir a Deus de aniversário: que Ele e eles não se afastassem de mim.
Antes eu tive que reconhecer que Deus era a minha real e essencial base, o único que me mantém viva. Que não existe nada que eu queira mais do que Ele na minha vida. Que eu posso perder tudo e até a minha vida, mas Ele me é suficiente, além do que palavras num blog podem expressar.E depois disso eu entendi o que devo sentir. Eu não devo depender dos meus amigos. Eu não preciso deles e todos eles são falhos. Mas eu os quero por perto e os quero muito! Eles me alegram, me consolam, me completam. Isso que eu custei a minha vida toda pra entender, não só 2008, mas os meus 17 anos.
Quando depositamos nossa esperança em pessoas ou em nós mesmos, nos magoamos. Mas quando nós amamos as pessoas e depositamos nossa confiança em Deus, nos tornamos equilibrados nos nossos relacionamentos. Pelo menos eu me sinto assim! :)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

31 de Outubro

Eu adoro a minha data de aniversário, de verdade!
Aí você me fala "A Rafa é alegre e mongol com tudo, grande coisa!", mas sabe que não é bem assim que funciona, né benhê?
Parece bobagem, mas pra mim é a melhor época do ano que eu podia ter pra comemorar.
Vem quase junto com o horário de verão e com as chuvas, dá aquele alívio. Marca o fim do ano: só a partir dela que eu sinto que o ano está realmente acabando, depois dela o tempo passa correndo e quando vejo já é Natal e Reveillón.
No fim do ano todos os novos colegas já sabem o teu nome e já estão mais chegados, logo mais dispostos a comemorar com você. E nunca esquecem a data, não sei por quê. Parece irrelevante, mas se você começar a observar, vai ver isso também (ou não).

Pooorém, mamãe me disse que o maior arrependimento dela foi me ter nessa época, porque grávida já sente muito mais calor do que os outros, quanto mais nessa época agradabilíssima!

Hm, comentários inúteis à parte. rs

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Só mais um dia

Eles vão se aproximando da porta e a agonia vai aumentando. Até que enfim, por um ímpeto de coragem, ela se vira para ele e diz:

- Eu preciso falar com você.
- Claro!

Antes de dar a oportunidade de se arrepender ela se convence de que, no máximo, inventará um assunto menos importante qualquer, mas que pelo menos falará com ele. Numa fração de segundo, suas mãos já estão tremendo de nervosismo: "por que fazer tanto caso, quem é ele para me deixar assim?", ela se pergunta.
Quando ela se vira de novo para olhar em seus olhos e começar o diálogo, percebe que ele ficou para trás, para esperar aquela outra pessoa. Ela se sente ignorada e pequena. Mesmo que seja exagero de sua parte e que apenas uns dois passos de distância os tenham afastado, ela vê um enorme abismo e percebe que talvez esse abismo sempre tenha existido, e que não seja bom insistir em ultrapassá-lo. Ela fala para ele:

- Sabe de uma coisa? Eu falo depois.
- Pode ser?
- Uhum, depois a gente se fala.
- Então tá, a gente se fala.

Então ela dá um sorriso bem simples, que parece o mesmo de sempre, mas que só ela sabe a frustração que leva. Não é um sorriso torto, nem de má vontade. É o mesmo sorriso que ela dá quando tudo está realmente bem... Como ele iria desconfiar? Mas nesse, ela está tentando se convencer de que isso não fará diferença e que tudo ficará bem, mesmo que as sensações ruins já tenham vindo antes. Ela não precisa identificar, ela só sente. E o coração aperta por mais uma vez que abafa a vontade de falar "- Você um dia de tanto me adiar ainda vai me perder, sem saber que talvez eu seja a pessoa que mais te esperou."

É tão pouca a culpa, que não pode ser dada ao garoto. Porque ele foi muito sutil ao desprezá-la. Provavelmente, nem ele percebe o que fez. Mas o que realmente importa para ela é que até hoje ela se prende a um relacionamento que não é recíproco. E o que dói nela é que, se depois de tantos anos ela não conseguiu se livrar dele, por que hoje ela conseguiria?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Buy your friends


"A maior parte das mulheres sonha com o homem ideal. Para esse homem ideal, exigem físico atraente, personalidade, cultura, cavalheirismo e, quase sempre, dinheiro e posição social...O que acontece é que quase nunca as mulheres pensam no que irão dar a esse homem, em troca de tantas qualidades exigidas..."
(Clarice Lispector, em Correio Feminino)

Sabe uma das coisas que mais me revolta na nossa geração? Que as pessoas acham que os relacionamentos acompanham o ritmo do capitalismo. Como se existisse um fast food que servisse pessoas!
Tá, é mais fácil se aproximar de certas pessoas, sim. Se eu quiser me relacionar com algum garoto, não preciso esperar que me "cortejem". Basta ir a uma festinha, um churrasco e tô feita. Mas seria isso um relacionamento mesmo?

Vai! Nem precisa ter conhecido a pessoa em um ambiente "louco", pode ser em qualquer lugar, qualquer hora. Se duas pessoas se apresentaram e trocaram algumas palavras ou gestos, não vão sentir falta uma da outra quando forem cada uma pro seu canto. Pode rolar uma empatia imensa,uma concordância que faça com que uma se atraia, tenha interesse em conhecer mais a outra, em encontrá-la de novo. Mas não acho que aquela pessoa realmente vai deixar um vazio na outra, porque nem mesmo um espaço ela chegou a ocupar.

Esse espaço que ocupamos um no outro não é tão fácil de se conquistar. Precisamos convencer o outro de que ele precisa de nós, de que ele é melhor conosco. E não é chacoalhando e dando uns tapas que se conquista isso, de verdade. rs
Relacionamentos não dão pra ser puramente frios e calculistas. Eu não posso chegar pra fulano e falar: "você tem que me querer, eu sou o que te falta, o tanto que você é sem graça eu sou divertida, perfeito!". Se eu ouvisse isso de alguém eu riria até perceber que a pessoa está falando sério e então sairia de fininho.

Relacionamentos são processos custosos, se são! Você espera e luta pelo outro e ele também espera e luta por você. Se você quer mais do outro, você também deve permitir que ele queira mais de você. Não adianta só ditar o que você quer, fechar os olhos e estender as mãos esperando receber. Se você quer pessoas ótimas ao teu lado, você no mínimo deve ser uma pessoa ótima. Se não é, trate de se tornar! (dãr)

Ah! É tão simples e quase ninguém enxerga. ;P

domingo, 28 de setembro de 2008

Can't stop falling in love


Better than the riches of this world
Better than the sound of my friend's voices
Better than the biggest dreams of my heart
And that's just the start

Better than getting what I say I need
Better than living the life that I want to
Better than the love anyone could give
Your love is
You hold me now in Your arms
And never let me go

You Oh Lord make the sun shine
And the moon light in the night sky
You give me breath and all Your love
I give my heart to You because
I can't stop falling in love with You
I'll never stop falling in love with You
I can't stop falling in love with You
I'll never stop falling in love with You

(Better Than Life - Hillsong United)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Talvez, provavelmente

"Tenho que falar pois falar salva. Mas não tenho uma só palavra a dizer. " C. Lispector

Abra a janela, vá olhar o céu. Respire a noite, sem esperar nada em troca. Que o tempo não te diga o que não fazer.
Há coisas lá que têm mais a te acrescentar do que eu, hoje. E amanhã também, talvez.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Simplificando a loucura

Tenho passado por um momento louco da vida. Não, não há melhor palavra que louco, mas não está sendo tão ruim assim.

Terceiro ano, aquela crise de ter que finalmente decidir o que fazer da vida (que eu acho um absurdo ser tão cedo - quem com 16 anos sabe saber se está certo? - eu!toda certa - mentira). É um período de transição muito louco, vou falar de novo. Ingressar na vida adulta assim? Tipo "arruma a mala aí e vamo embora!".
Por mais que não tenha, no fundo, motivo de tanto pânico, assusta e ponto.

Engraçado que ficamos cansados de tanto nos preparar para essa hora. São pais, professores e todo tipo de mestre chamando a nossa atenção desde sempre e nós sempre respondendo "já sabemos, já sabemos!".
E alguns nem sentem essa mudança, isso que eu não entendo! Deve ser ignorância, será? Eu que boa parte da minha vida passei sonhando com o futuro e esquecendo do presente só consigo sentir meu coração disparando quando penso nisso.
De um período louco da vida, nós só podemos sair de duas formas: ou enlouquecidos por ele, ou mais maduros por termos aceitado os desafios e aprendido com eles.

Sabe qual é o máximo dessa vez louca? Que eu assumi uma postura firme. Falei "bem que eu precisava amadurecer mesmo, essa é a hora!", atitude não muito minha. E desde que eu falei isso pra Deus e pro meu coração
- e agora pode parecer livro de auto-ajuda, mas quem liga? é a minha história do dia -
o meu horizonte abriu de 10 para 100, talvez 150.

Cada dia me vem com um aprendizado diferente e o engraçado é que não tem me derrubado mais; eu estou firmada na rocha desta vez. Não é que as complicações acabaram,não. Elas têm vindo aos montes! É o ônibus que não passa, é o bicho na salada, é a prova que poderia ter gabaritado se não tivesse trocado aquele sinal, é aquele sol escaldante juntando com a pressão baixa e me avisando que estou pra desmaiar no meio da rua...Mas ao mesmo tempo, repetidamente algo fica me dizendo "em tudo dê graças, em tudo dê graças!" e de repente, quando eu começo a ouvir o que o Espírito Santo quer me dizer, eu volto a sorrir.

E sabeee qual é o melhor? É que não é um sorriso forçado, daquele tipo que o livro de auto-ajuda diz pra você fazer, com gostinho de "pensando positivo" mas que por dentro está te estourando. Eu realmente estou aprendendo a ser feliz também nesses momentos. Uma pessoa comum poderia interpretar isso como o início de um distúrbio mental. Mas nós, cristãos, sabemos (pelo menos deveríamos) que isso é uma vitória.

Começar e terminar o dia cantando, amando a própria vida e os outros, com um sorriso imenso no rosto pela certeza de um futuro feliz? Ah, é a melhor coisa do mundo!



[Pai, eu só posso agradecer porque o Senhor é o maior na minha vida, e o único causador de toda essa felicidade! Obrigada pela folga que eu pedi e o Senhor me concedeu.]

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A trave no meu olho


Das últimas tantas vezes que escrevi - nem tanto na internet, mas em cartas e orações - eu falei muito da sensação que tinha de estar imóvel, de não estar crescendo. Era como se eu tivesse dado uma pane, desandado. E o tempo estivesse só passando, passando e eu ficando. Como se não bastasse, essa situação me deixava angustiada, o que dava menos ânimo ainda pra solucionar os meus problemas - que eu mal sabia indentificar quais eram.
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E então, o que poderia suprir o que me faltava? Um novo amor, sucesso nos estudos, uma viagem pra fugir de tudo, novos amigos, mudança nos pais, mudança nos outros, jogar uma bomba no colégio, uma terapia pra curar minha loucura? Bolei diversas teorias, explicáveis e inusitadas e mesmo assim, eu sentia que ainda não era eu quem estava dirigindo o curso da minha vida. Eu estava apenas seguindo o fluxo. E cheguei ao ponto de desistir. Falava "eu tenho tudo o que preciso; posso não ser a melhor, mas sempre me esforço; estou no caminho certo.Não há mais o que ser melhorado. Sou inteligente, madura e correta, sirvo a Deus"... Blá blá blá, aquelas coisas de gente iludida,sabe? rs
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E de repente...Hm, a quem eu estou querendo enganar? Não teve nada de "de repente". Foi um ano de orações, súplicas e choro. Nada fácil, e não quero conquistar a tua pena. Se nem eu tenho pena de mim, não espero que você tenha também. ;)
Mas enfim, a minha ficha caiu. A "coisa" que estava errada na minha vida era eu mesma e só (tudo isso). Eu estava no curso errado achando que já tinha tudo para conseguir o melhor de mim.
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Elogios vindos de fora ajudam a nossa auto-estima, mas muitas vezes nos afastam da realidade (e quantas!). Se alguém te fala que você está "mais do que preparado", qual a tua motivação para ser mais preparado ainda? Eu pelo menos não tenho isso, acho que seria vaidade demais querer me afastar tanto dos outros.
Bem, achava: me enganei! Quando nos acomodamos por ver que a nossa posição está avantajada, é que a tartaruga nos passa na corrida, não? E como diria uma amiga, "eu merma que não" me contento com a medíocridade de ser igual a todo mundo.
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Não acho saudável exigir de nós mesmos que sejamos os melhores em tudo. Temos que ter noção das nossas condições. Mas nos destacarmos no que somos melhores? É o mínimo!
Um membro do corpo, se não cumpre o seu papel, logo se atrofia e então perde o seu valor. Do mesmo jeito, nossos dons e talentos se atrofiam se nós não o usamos como devemos.
Graças ao Criador de tudo isso, o nosso espírito não se atrofia da mesma forma que o corpo humano. Logo, há esperança pra mim, há pra você também. De exercitar aquelas partes que estão meio empoeiradas na nossa mente, voltar a lapidá-las.
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E enfim, amadurecer em paz, com paz. No lugar certo. :)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Se te contenta...

Eu sigo uma linha de raciocínio na qual as pessoas só conseguem amadurecer quando chegam a conhecer alguma verdade. E que a verdade absoluta está diretamente ligada a discernir o bem do mal. Logo,mais maduras são aquelas pessoas que escolhem o bem. Porque ter conhecimento do que é bem e do que é mal - e suas consequências - e escolher o mal não faz sentido racional ou irracional que seja.

Eu acredito sim que o meio corrompa o homem. Para uma pessoa criada dentro de um lar cristão, com todos os conceitos de ordem dados de bandeja desde sempre, é muito fácil ter atitudes "bondosas", do que uma que foi criada dentro de um lar desregulado, seja lá por qual motivo. Mesmo assim, cada uma prestará contas de acordo com o tanto que lhe foi confiado.Não sei se estou sendo clara, mas quanto mais conhecimento e discernimento a pessoa recebe, maior a responsabilidade que ela tem sobre aquilo: se eu tenho mais noção do "certo" do que você, eu também devo ser mais correta do que você. Eu devo ser mais cobrada do que você, é meio lógico.

O meu Deus fala, em diversos lugares da Bíblia, sobre essa ligação que há entre bem-sabedoria-verdade-liberdade; pra quem a lê sempre, isso se torna tão claro e óbvio. Por falar nela, acho que todos deviam lê-la pelo menos uma vez! Não por religiosidade ou fanatismo meu, mas porque realmente a considero o melhor guia para a vida. Fica aí a sugestão, mas cuidado! Porque ao conhecer a verdade, mais lhe será cobrado. Cabe a você decidir se te contenta ter uma vida coberta de ignorância, "carpe diem", culpa e solidão ou se você quer vir pra fora da caverna e ver o que é o mundo além das sombras, como Platão dizia.

Nada de "dêem seus dízimos agora", ou coisa parecida. Estou só falando do que penso, afinal, pra que serve esse blog?

"Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará". João 8:32 (NVI)

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Pensamentos de ônibus


Parece mágica, comigo existem algumas fórmulas pra me inspirar. Seja pra criar um argumento, uma carta, ou mesmo pra escrever aqui. E uma das que não falham é entrar dentro de um ônibus. Pode parecer burrice, mas há vezes em que resolvo pegar o ônibus com o percurso mais longo pro meu local de destino, só pra olhar por mais tempo pro céu e, assim, pensar.

E ontem me veio aquela questão clichezinha de reflexões : "O que torna uma pessoa atraente?" - como pessoa, não só sexualmente, fisicamente, whatever - que já tem aquela resposta batida "A auto-confiança,oras!".
Mas fiquei procurando um porquê pra isso, sendo que há tantas pessoas inseguras hoje em dia; na verdade, a grande maioria. Lembrei do comentário de um amigo, numa vez em que estávamos discutindo: "- Todos no fundo são inseguros, Rafa! Só que uns demostram mais, outros menos.".

Por trás dessa tal de "confiança que atrai", existe algum outro segredo; pensei.
Achar que você está acima de todos não te ajudará a ser mais atraente; apenas criará uma falsa esperança, como que tapando um buraco com algumas folhas, criando uma armadilha na qual você mesmo cairá depois.

Para se sentir bem consigo mesmo, eu ainda não tenho uma fórmula pra te passar. Mas parte do segredo é que o que torna uma pessoa atraente não é a confiança dela sobre si mesma e só, mas sobre a vida e ela mesma, juntas.
É também ter coração e mente sadios, dizendo que por mais que te achem mais ou menos, o teu valor continuará lá, do mesmo tamanho e no mesmo lugar - e pra ter esse valor, é preciso ter integridade.
É conhecer bem a si mesmo, reconhecer e aceitar os seus defeitos e, então, se amar e saber que você é amado, apesar dos pesares, por quem mais importa (claro que eu quero falar de Deus, é o meu testemunho de vida!).
É amar muito, porque quem sente o amor verdadeiro não coloca a cabeça entre as pernas, nem os olhos virados pro próprio umbigo, mas acaba naturalmente olhando para o céu, entre sorrisos e suspiros;
É não viver em função do que os outros querem ou pensam. É ser menos extra, mais intra.
É ser salvo desse mundo terrível. Mas pra isso, só nascendo de novo, né?
Que bom que alguém morreu para que isso fosse possível para nós.

Olhe para si mesmo, conserte-se e depois "rise and shine"!

domingo, 29 de junho de 2008

De amigas


"Um filho, numa mulher, é uma transformação. Até uma cretina quando tem um filho melhora." Nelson Rodrigues

Eu morri de rir quando li isso, porque o Nelson Rodrigues era brilhantemente estúpido.

Logo que bati o olho, me perguntei se eu daria algum motivo para ser classificada como cretina. Sério! Haha. Acho que todos nós nunca devemos deixar de nos policiar quanto às nossas próprias características. Mas enfim, voltandooo...

Percebi que é inevitável não pensar nas minhas amigas - mais chegadas - para me descobrir. No caso eu logo pensei num todo, se alguma delas poderia ser considerada cretina também. Querendo ou não, somos muito influenciadas uma pela outra. Eu costumo sempre me comparar a elas, não para tentar me tornar cópia, mas pra ver se estou no lugar certo.
Se elas têm posicionamentos mais conservadores, mais liberais; isso não importa, é pessoal. Mas se elas têm opinião formada quanto a algo e eu não, ou se mais de uma vai contra algo que eu estou fazendo ou pensando, eu já me alerto. Porque são elas as pessoas que eu escolhi ter por perto, conviver. Eu tive meus motivos pra confiar isso a elas. Então por elas eu percebo se está na minha hora de amadurecer, de desencanar, de mudar... Isso quando elas não me avisam antes de eu perceber.

No final, os grupos de amigas são sempre uma mistureba, mas aos poucos as virtudes e verdades vão se assemelhando. Os gênios e personalidades diferentes continuam, mas os gostos, escolhas, a maturidade... Ah, mudam!

E não adianta se comparar com os amigos homens, por mais ótimos e brilhantes que sejam. Quanto a isso, definitivamente eles são de outro planeta.

(Viu? A maternidade não tinha nada a ver. Eu sou louca. haha)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

a.co.mo.da.do adj (part de acomodar)


1. Arrumado, acondicionado. 2. Alojado, hospedado. 3. Adequado, conveniente. 4. Resignado, conformado. 5. Moderado, razoável, convidativo.

Todos nós somos. Com opiniões, conceitos, com a nossa própria vida.

"Pra que fazer uma escolha diferente da que já fizeram por mim?"
"Por que tomar uma atitude se eu posso ficar parado?"
"Reivindicar?Não me levaria muito longe."

Todos pensamos assim de vez em quando. Mas quando vemos, já se passaram dias, meses, anos e nada de nós existirmos. Eu particularmente acho muito fácil desaparecer, tenho ultimamente feito isso, muito bem feito. O nosso próprio silêncio é mais poderoso do que esperamos, porque bem como ele é, discretamente nos torna aprisionados.

Penso que se todos tivessem sempre opinião própria, opinião que divergisse das outras, tudo se tornaria uma completa confusão. Não chegaríamos a consensos nunca, nos irritaríamos constantemente e acabaríamos todos sozinhos. Por isso que não quero defender um extremo hoje. Nem acomodado, nem incomodado. Acho que devemos encontrar um meio termo no qual possamos ficar. Em que ora digamos, ora nos calemos.

Ceder, aceitar, adaptar, perdoar, aprender e às vezes simplesmente não entender (e seguir em frente) são algumas das virtudes que acho que todos deviam buscar ter... Pelo menos os que querem viver bem com os outros.