segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A trave no meu olho


Das últimas tantas vezes que escrevi - nem tanto na internet, mas em cartas e orações - eu falei muito da sensação que tinha de estar imóvel, de não estar crescendo. Era como se eu tivesse dado uma pane, desandado. E o tempo estivesse só passando, passando e eu ficando. Como se não bastasse, essa situação me deixava angustiada, o que dava menos ânimo ainda pra solucionar os meus problemas - que eu mal sabia indentificar quais eram.
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E então, o que poderia suprir o que me faltava? Um novo amor, sucesso nos estudos, uma viagem pra fugir de tudo, novos amigos, mudança nos pais, mudança nos outros, jogar uma bomba no colégio, uma terapia pra curar minha loucura? Bolei diversas teorias, explicáveis e inusitadas e mesmo assim, eu sentia que ainda não era eu quem estava dirigindo o curso da minha vida. Eu estava apenas seguindo o fluxo. E cheguei ao ponto de desistir. Falava "eu tenho tudo o que preciso; posso não ser a melhor, mas sempre me esforço; estou no caminho certo.Não há mais o que ser melhorado. Sou inteligente, madura e correta, sirvo a Deus"... Blá blá blá, aquelas coisas de gente iludida,sabe? rs
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E de repente...Hm, a quem eu estou querendo enganar? Não teve nada de "de repente". Foi um ano de orações, súplicas e choro. Nada fácil, e não quero conquistar a tua pena. Se nem eu tenho pena de mim, não espero que você tenha também. ;)
Mas enfim, a minha ficha caiu. A "coisa" que estava errada na minha vida era eu mesma e só (tudo isso). Eu estava no curso errado achando que já tinha tudo para conseguir o melhor de mim.
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Elogios vindos de fora ajudam a nossa auto-estima, mas muitas vezes nos afastam da realidade (e quantas!). Se alguém te fala que você está "mais do que preparado", qual a tua motivação para ser mais preparado ainda? Eu pelo menos não tenho isso, acho que seria vaidade demais querer me afastar tanto dos outros.
Bem, achava: me enganei! Quando nos acomodamos por ver que a nossa posição está avantajada, é que a tartaruga nos passa na corrida, não? E como diria uma amiga, "eu merma que não" me contento com a medíocridade de ser igual a todo mundo.
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Não acho saudável exigir de nós mesmos que sejamos os melhores em tudo. Temos que ter noção das nossas condições. Mas nos destacarmos no que somos melhores? É o mínimo!
Um membro do corpo, se não cumpre o seu papel, logo se atrofia e então perde o seu valor. Do mesmo jeito, nossos dons e talentos se atrofiam se nós não o usamos como devemos.
Graças ao Criador de tudo isso, o nosso espírito não se atrofia da mesma forma que o corpo humano. Logo, há esperança pra mim, há pra você também. De exercitar aquelas partes que estão meio empoeiradas na nossa mente, voltar a lapidá-las.
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E enfim, amadurecer em paz, com paz. No lugar certo. :)