quarta-feira, 29 de abril de 2009

su.ti.le.za

1. Caráter ou qualidade de sutil. 2. Extrema delicadeza, tenuidade (falando de coisa). 3. Agudeza de espírito. 4. Delicadeza, finura ou penetração dos sentidos. 5. Argumento ou raciocínio próprio para embaraçar; raciocínio engenhoso quanto à forma. 6. Dito sutil.

Característica que mais tenho buscado nesse ano; e não que eu a tenha "encontrado", mas tem me feito muito bem tentar tê-la em mim.
Acho que o curso de Direito me influenciou, porque cada vez mais percebo como cada mínima palavra, entonação, sobrancelha levantada ou vírgula podem mudar todas as interpretações, podem te transformar de acusador a condenado.

Mas não quero falar disso, coisas jurídicas a gente deixa pra depois, né?
Bom mesmo é ser sutil com as coisas do dia-a-dia. Não que eu esteja querendo me tornar uma florzinha intocável, nem que o meu mundo ideal seja feito de pessoas sem graça tipo picolé de chuchú, como diria uma amiga. Viva la espontaneidade!
Mas a questão é que é muito legal descobrir as diferenças que pequenas coisas fazem.

Deixa eu dar um exemplo legal... Quando você quer se resolver com outra pessoa, você nunca deve começar a conversa falando dos erros que ela está cometendo e de como é difícil perdoá-la. Já começa falando dos seus próprios erros e pede perdão. Porque aí, por mais que lhe seja difícil perdoar, você a desarma, ela percebe que você não está ali pra brigar e logo assume que também errou (se não pra você, por orgulho, assume pra ela mesma). Mas quando você começa discussões com acusações, a outra pessoa não escuta nem metade do que você fala, só procura se colocar na defensiva e é daí que muitas brigas nunca terminam.
Falando aqui, parece até algo bem lógico e simples. E realmente é, isso que é sutileza. Mas não é algo que costumamos colocar em prática. Eu mesma só comecei a fazer isso na última discussão que tive e foi um univeeerso de diferença fazer isso - uma briga que era pra durar uma vida acabou bem e rápido... Nem acreditei! hehe

Sei lá... Coisas assim, que eu nunca percebi e agora percebo tão tornando minha vida muito melhor, é isso que eu queria falar pra você!
Eu sempre enrolo e falo de bando, mas a verdade é que eu queria te aconselhar a ser mais sutil, pra estar mais atento e sensível pra perceber os detalhes de cada coisa. Sério, isso melhora um mundo - mais do que todos, o teu! ;)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Confiar

Sabe quando você conserta um erro teu, sabe que está evoluindo e então fica transbordante, "agora sim, tudo vai ficar bem"? Aí você cai da cama, acorda do sonho e percebe que o mundo continua do mesmo jeito? Você pode ter crescido, pode estar entendendo aquilo que antes não entendia, mas o resto das pessoas continua do mesmo jeito. Ninguém mudou. De que adianta você saber o valor do perdão, a virtude que é perdoar sem precisar de nada em troca, se aquela mesma pessoa que já precisou tantas vezes do teu perdão não consegue te perdoar por nenhuma falha sequer?

Ah, desanima!
Irrita... Dá vontade de desistir daqueles relacionamentos todos.
Quais? Dos com pessoas menos "especiais" do que você.

Mas o que você não percebe nessas horas que você sente que os outros estão sendo insuficientes é que você está mais cheio de si do que deveria.

E ok, os livros de auto-ajuda e as revistinhas da moda nos dizem para sermos auto-suficientes e cheios de nós mesmos, mas eu não vejo no que isso é positivo. Claro que a própria felicidade dependendo das outras pessoas é um problemão, mas eu, pelo menos, não vejo graça em ser toda eu mesma! rs

O que sei, como uma pessoa normal e sem super-poderes é que todos nós precisamos ser preenchidos... Completos por algo.

O ruim de depositar a confiança em pessoas é que pessoas falham. O ruim de depositar a confiança em você mesmo é que você falha e mais, você sabe disso mais do que ninguém.
É... Aí é só pela graça que você conhece um Deus que pode te tirar desse meio tão falho... É só pela graça que eu o encontrei e eu digo: É a coisa mais preciosa que eu tenho na minha vida, mais do que todos os meus bens juntos, eu não o trocaria por nada.

Espero que um dia você também conheça Deus como eu conheço. Não como um criador todo-poderoso, fruto de fanatismo ou religiosidade; mas como um pai, um melhor amigo. :)

sábado, 18 de abril de 2009

Saudade, por C. Lispector

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Na falta de tempo, vão citações do que eu gosto! E claro, nunca vai faltar Clarice. hauahuaha
Espero que você esteja bem, esteja feliz com a vida. Pelo menos metade do que eu, porque essa metade já é muito. É, eu tô feliz! rs
Mas isso é assunto pra um post de outro dia.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Poder de barganha


Tempo zero, vim aqui pra internet estudar pra uma prova (matéria semi-presencial, 1/3 com professor e 2/3 vagabundagem via internet) e resolvi vir aqui correndo, só pra fazer uma breve confissão: eu sou a pior pessoa do mundo pra barganhar. Na verdade, eu tenho pavor de pedir desconto pra alguém.

Como toda boa paulistana, você deve estar me achando a negação da espécie (bem, eu também nunca soube sambar mesmo, nem ligo!).
O pior de tudo é que a minha mãe é a melhor pechincheira que eu já vi, só pra aumentar a minha humilhação, sempre consegue tudo mais barato. Por isso que eu sempre peço ajuda pra ela, claro!hehe
E é porque eu não tenho coragem meeesmo, pareço uma timidazinha. Logo eu, que sou tão invocada (=mala) com outras coisas.

Os meus diálogos são sempre num estilo:

- Mariazinha, quanto tá isso aqui?
- Tá tanto.
- Ah, faz um desconto pra mim, vai? (com aquele sorrisinho simpático)
- Ih, dona.... Nem dá! Já tá muito barato. (papo furado)
- Ah, então tá! Obrigada. (o sorriso no mesmo lugar, imobilizado e sem graça)

Aaaaaaaaaaai, tão loser! huahauahuahaha
Eu não tenho coragem de insistir, tenho essa mania de nunca querer ser abusada. Mas a verdade é que barganha é algo essencial no comércio. Quem vende o seu produto já deve deixar uma margem para um possível desconto, senão ele não consegue fazer média com os clientes, não consegue fidelizá-los e, logo, não é um bom comerciante e falirá. Cresci numa família só de administradores, marketeiros e publicitários, alguma coisa eu aprendi. ;P

Hoje, por exemplo, eu tô vivendo um dilema. Quero fazer uma coisa no salão e minha mãe me disse que só paga até x (sendo que o valor normal é x+60). Só que dessa vez ela disse que não vai me ajudar; que eu que vou ter que conseguir o desconto, senão fico sem; que ela precisa me preparar pra vida lá fora e que eu consigo, sim (yes, we can); que já sou cliente há anos da mulher e que ela não ia me negar tal pedido e blablabla. Já pedi, implorei, tentei subornar... Mas dessa vez parece que é comigo mesmo. E já faz uma semana que tô enrolando nessa de "depois eu peço, não tô preparada psicologicamente" (loser de novo... huaahuaha).

A verdade é que tem traumas que nós não abrimos mão, não nos dispomos a encará-los para acabar com eles.
Afinal, não foi à toa que eu fui a primeira da família a escolher Direito, o curso mais distante (e legal, sim, sou meio louca :) do comércio possível.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Meu lado anti-positivista

Eu tento, eu me esforço pra ficar longe...
Mas a verdade é que tem uma chama que eu não consigo esconder dentro de mim, a chama de la REVOLUCIÓN!!! (ai, que brrrrrrega)

Sem mais palhaçadas, é verdade. Eu até já me esforcei por algum tempo pra ficar longe das revoltas estudantis, pra tentar fazer uma nova fama do meu nome nas instituições (já que eu vivo trocando), pra conseguir o título de "aluna aplicada, excelente aluna". E por um tempo eu consegui. Mas sabe qual é a real? Não vi graça nenhuma.

Sempre fui de reclamar e não deixar barato. Tava lembrando da minha 3ª série, quando anotei na minha agenda uma lista de palavras como "pobrema" e "célebro" e fui toda dona da verdade pra sala da diretoria pedindo pra que trocassem a professora, porque eu não queria ter aula com uma professora mais burra que eu. Hoje eu percebo que essa professora, coitada, tinha todo o direito de me odiar. hauhauahuaa
E essa foi só uma das histórias... Daí você sabe porque desde sempre fui representante de turma, só não fui no 3º porque pedi pra não votarem em mim.

[P.S.: Ser escolhido representante não significa ser o mais amado da turma. Significa ser o que sabe reclamar melhor, fato.]

Mas então... Eu tô ótima na faculdade, obrigada! Comportada, com frequência completa, todas as atividades entregues, ótimas notas, blablablá. Mas a cada absurdo que eu vejo acontecendo lá, meu coração aperta um pouco mais (e não falo poeticamente, sabe aquela dor que dá no peito quando você não fala alguma coisa que quer muito? Dói mesmo, pelo jeito eu vou puxar o lado cardíaco da família [Deeeeeeeeus que me livre e guarde, tá amarrado ] voltando...).
Hoje a professora de Sociologia anunciou a vagabundagem que ela vai fazer no resto do semestre e então eu estourei a cota. Fui pro fundão mesmooo, levantava a mão pra desafiar a professora. E já combinei como vamos interromper a próxima aula dela e explicar pro resto da sala o abuso "disfarçado que ela tá fazendo e vamos pedir que haja democracia por meio de votos.

Por fooooorças do destino, estava o Movimento Estudantil no intervalo com o microfone e distribuindo panfletos, mandando ver. E era tudo o que eu queria ver, gente com motivos sérios de revolta. Não querendo só fazer baderna, mas querendo lutar por seus direitos, que a instituição fizesse jus do seu dinheiro e da educação que promete dar.

Resumindo, eu matei aula pra conversar com os que estavam na frente do movimento, pra saber o que eles tavam fazendo ou deixando de fazer. Me encantei com as propostas e procedimentos deles, eram totalmente diplomáticos e sérias as suas intenções, assim como eu também faria se estivesse no lugar deles. Acabei por me juntar a eles e senti um alívio imenso. Não estou mais me sentindo uma das submissas e acomodadas, estou na luta também.

Há uma deturpação imensa do significado do Movimento Estudantil. Na tua cabeça, já vem coisas sendo quebradas, gritarias e zona. Resumindo, gente vagal querendo farra, só pra matar aula e rir um pouco. E realmente, muita gente pega carona com o movimento pra fazer zona, já que o movimento é aberto e não se pode ter um controle rígido para que tais (retardados) participem. Até porque, a luta deve ser acadêmicos vs. instituição e não acadêmicos vs. acadêmicos. Mas o real sentido do movimento é simples e puro: é a luta por mudança, é a luta por melhora, é a luta pelo bem comum.

Estava pesquisando sobre a história das conquistas deles e realmente tem umas incríveis, ao você parar pra pensar que eram "só estudantes". Quem quiser ler, o site da PUC dá uns exemplos muito interessantes: http://www.mundojovem.pucrs.br/subsidios-gremio_estudantil-04.php

Enfim, já sei que pouquíssimos vão ler o post até o fim. Se você leu até aqui, comenta pra eu saber pelo menos!hehe
Tento não escrever coisas muito nerds aqui, mas a verdade é que eu sou nerd meeermo e esse aqui era inevitável!rs