quinta-feira, 2 de abril de 2009

Meu lado anti-positivista

Eu tento, eu me esforço pra ficar longe...
Mas a verdade é que tem uma chama que eu não consigo esconder dentro de mim, a chama de la REVOLUCIÓN!!! (ai, que brrrrrrega)

Sem mais palhaçadas, é verdade. Eu até já me esforcei por algum tempo pra ficar longe das revoltas estudantis, pra tentar fazer uma nova fama do meu nome nas instituições (já que eu vivo trocando), pra conseguir o título de "aluna aplicada, excelente aluna". E por um tempo eu consegui. Mas sabe qual é a real? Não vi graça nenhuma.

Sempre fui de reclamar e não deixar barato. Tava lembrando da minha 3ª série, quando anotei na minha agenda uma lista de palavras como "pobrema" e "célebro" e fui toda dona da verdade pra sala da diretoria pedindo pra que trocassem a professora, porque eu não queria ter aula com uma professora mais burra que eu. Hoje eu percebo que essa professora, coitada, tinha todo o direito de me odiar. hauhauahuaa
E essa foi só uma das histórias... Daí você sabe porque desde sempre fui representante de turma, só não fui no 3º porque pedi pra não votarem em mim.

[P.S.: Ser escolhido representante não significa ser o mais amado da turma. Significa ser o que sabe reclamar melhor, fato.]

Mas então... Eu tô ótima na faculdade, obrigada! Comportada, com frequência completa, todas as atividades entregues, ótimas notas, blablablá. Mas a cada absurdo que eu vejo acontecendo lá, meu coração aperta um pouco mais (e não falo poeticamente, sabe aquela dor que dá no peito quando você não fala alguma coisa que quer muito? Dói mesmo, pelo jeito eu vou puxar o lado cardíaco da família [Deeeeeeeeus que me livre e guarde, tá amarrado ] voltando...).
Hoje a professora de Sociologia anunciou a vagabundagem que ela vai fazer no resto do semestre e então eu estourei a cota. Fui pro fundão mesmooo, levantava a mão pra desafiar a professora. E já combinei como vamos interromper a próxima aula dela e explicar pro resto da sala o abuso "disfarçado que ela tá fazendo e vamos pedir que haja democracia por meio de votos.

Por fooooorças do destino, estava o Movimento Estudantil no intervalo com o microfone e distribuindo panfletos, mandando ver. E era tudo o que eu queria ver, gente com motivos sérios de revolta. Não querendo só fazer baderna, mas querendo lutar por seus direitos, que a instituição fizesse jus do seu dinheiro e da educação que promete dar.

Resumindo, eu matei aula pra conversar com os que estavam na frente do movimento, pra saber o que eles tavam fazendo ou deixando de fazer. Me encantei com as propostas e procedimentos deles, eram totalmente diplomáticos e sérias as suas intenções, assim como eu também faria se estivesse no lugar deles. Acabei por me juntar a eles e senti um alívio imenso. Não estou mais me sentindo uma das submissas e acomodadas, estou na luta também.

Há uma deturpação imensa do significado do Movimento Estudantil. Na tua cabeça, já vem coisas sendo quebradas, gritarias e zona. Resumindo, gente vagal querendo farra, só pra matar aula e rir um pouco. E realmente, muita gente pega carona com o movimento pra fazer zona, já que o movimento é aberto e não se pode ter um controle rígido para que tais (retardados) participem. Até porque, a luta deve ser acadêmicos vs. instituição e não acadêmicos vs. acadêmicos. Mas o real sentido do movimento é simples e puro: é a luta por mudança, é a luta por melhora, é a luta pelo bem comum.

Estava pesquisando sobre a história das conquistas deles e realmente tem umas incríveis, ao você parar pra pensar que eram "só estudantes". Quem quiser ler, o site da PUC dá uns exemplos muito interessantes: http://www.mundojovem.pucrs.br/subsidios-gremio_estudantil-04.php

Enfim, já sei que pouquíssimos vão ler o post até o fim. Se você leu até aqui, comenta pra eu saber pelo menos!hehe
Tento não escrever coisas muito nerds aqui, mas a verdade é que eu sou nerd meeermo e esse aqui era inevitável!rs

5 comentários:

Anônimo disse...

eu li até o final.
apoio mobilizações coerentes e com fundamentos.
\o/

talita disse...

acho que a revolução é quando nosso coração bate no ritmo do amor de Jesus pelo bem da gente, dos outros...do mundo.
Confesso que rola um preconceito enorme(por que eu tenho pouca participação)com os movimentos estudantis. São motivos e visões que me fazem não aderir de carteirinha os movimentos. O problema não é fazer ou não parte de determinada revolução, movimento ou agremiação, mas estar pronto a usar e gastar sua vida por Aquele que você acredita.
eu li todo post :)

Anônimo disse...

Engraçado... Desde que começamos a nos falar eu sabia desse seu lado "viva la revolución"... E eu boto fé² nisso.
Beijão procê!

Rodrigo disse...

Aaah mas o que tu fez/faz é muito legal rapá! Afinal, se não reclamar as pessoas começam a achar que podem tudo e quando tu vai ver ta tudo de cabeça pra baixo!! E é preciso coragem pra fazer o que tu fez (digo, tomar conhecimento, reclamar, enfrentar). Dá pra ver por exemplo o poder dos estudantes naquele massacre da China. Ta certo que só durou enquanto as câmeras tavam ligadas, mas quando que uma pessoa sozinha, desarmada, poderia parar um tanque, uma das mais poderosa arma de guerra?

Mas enfim, espero um dia me juntar a você xD (Tomara que nesse ano ainda!!), quero dizer que espero entrar na faculdade :P

Tamara disse...

Eu sabia que você acabaria dando nisso. Afinal, não foi só uma vez que conversamos com a coordenadoria do Batista. hahaha! ;D

Beijo, amo você.