segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Stalker


Uma vez perguntei pra minha terapeuta o que ela achava que definia uma pessoa como obsessiva por outra; até que nível a perseguição podia ser considerada normal.

Claro que, ela me conhecendo só um pouquinho, e vendo minha cara de preocupação ao esperar a resposta, já pediu pra eu começar a contar a minha história.rs

Eu, como toda boa curiosa, sempre abusei de orkuts, blogs, amigos-fonte e etc pra conhecer os garotos que me interessavam.
De uns tempos pra cá, comecei a reparar que enquanto amigas minhas mal conheciam os namorados, eu já sabia quais eram as dores e os amores, mãe, avó e titia das minhas vítimas, mesmo que com algumas delas eu não quisesse nada além do interesse... Não demorava muito pra eu saber. E eu não sabia quem estava mais errada: eu ou elas. Até porque entrei em pavor ao perceber que eu poderia ser uma paranóica e não saber.haha

No final, minha terapeuta falou que o meu problema era só o tamanho da minha curiosidade. Contanto que eu respeitasse os limites éticos, não tinha problema eu querer entender a outra pessoa antes de "mergulhar de cabeça" no meu sentimento ou não.

Às vezes, ainda me pego naquela dúvida terrível: se é certo ou não tentar saber daquilo. Cada dia é uma luta, até porque eu já fui bem mais liberal do estilo que justifica os erros como uma característica própria e ponto (como se o 'defeito' fosse inevitável).
Hoje, na dúvida, eu já fico com o "melhor não" e me afasto, antes que fique mais tentada. E cada um desses episódios pra mim são passos. Podem até ser essenciais, mas não deixam de ser um motivo de alegria, pra mim que sei bem como eu era.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Dois mil e oito

Numa roda de amigos, fomos relembrando dos motivos de gratidão pelo ano de 2008.

Quando chegou a minha vez de falar, tentei pensar no que priorizar e o que saiu foi: eu agradeço a Deus porque foi um ano em que fui muito quebrada.

Estranhe, mas eu fiquei feliz depois, ao repensar no que falei... Realmente, ele não só me quebrou como me esmigalhou. Foi um ano bem sofrido, mas que rendeu frutos tão grandes! Fui descobrindo meus piores defeitos escondidos, aqueles que só se revelam quando chegamos no nosso pior limite. E então pude tentar consertá-los.

Nesse ano eu lutei pra ser mais sincera quanto aos meus sentimentos. Havia muita coisa que eu achava que era, fazia e acontecia, porque demonstrava, mas que na verdade não tinha real vontade, sinceridade - daquele tipo que se afirma "é claro" e "é com prazer", mas que te deixa louco pra sair correndo - e fui tentando descobrir o prazer nessas coisas, o que tem sido ótimo pra mim!
E graças ao Pai, muita coisa eu mudei, muita coisa eu ainda não descobri... Mas tenho toda a vida e a maior vontade pela frente!

Posso dizer que 2008 foi um ano em que Deus me fez em cacos, mas me transformou numa pessoa melhor, fez uma versão mais verdadeira da Rafaela.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Masoquistas S. A.

Como que nas férias que eu mais queria descanso, quando eu realmente o consigo (mesmo que forçada), não consigo me sentir nem um pouco satisfeita?

Continuando a novela de ontem, quando eu contei pra minha mãe, ela só perguntou como eu estava. Eu falei que estava bem triste, mas mais preocupada por causar tal desgosto a eles. Ela falou para eu não me preocupar com os dois... Que a perda maior era minha.
Ai, que palavras duras de se ouvir! Talvez mais duras do que insultos e berros sem sentido... Ser vítima e culpada ao mesmo tempo é uma das piores sensações.

Quando falamos de masoquismo, muitos se retorcem e falam "até parece que eu gosto, isso é coisa pra gente doente!". Mas tenho percebido que ele é mais comum na vida das pessoas do que aparenta ser.

Eu por exemplo, odeio ser de alguma forma digna de pena... Não gosto de me sentir uma coitada, acho isso decadente e até fico muito irritada quando alguém começa com drama, esperando que passem a mão na cabeça.

Mas hoje, que é meu dia de tpm mor, eu cancelei os meus dois compromissos com amigos pra ficar aqui em casa em frente a um computador, comendo um doce atrás do outro só pelo desprazer de quebrar minha dieta, auto-estima baixa com rabo de cavalo lá em cima, pijama e cobertor, olhando pro céu nublado, lembrando que eu perdi o meu vestibular, blablablá!

ENFIM, eu tô me torturando. E eu fico indignada com o tanto que sou boa em auto-tortura. Talvez eu seja uma masoquista não assumida, e já que a partir do momento em que eu identifico um problema meu, é responsabilidade minha resolvê-lo...

Vou cuidar de mim! Beijos e logoff

P.S.: Tá tocando Everybody Loves a Loser, da Morcheeba aqui... Que inconveniente! hauhauaa

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Momento desespero

Daqui a alguns instantes, estarei ouvindo alguns muitos e enormes berros da minha mãe.
Isso porque acabei de abrir a página de acompanhamento do CESPE e percebi que eu esqueci de pagar a inscrição pro vestibular e agora o que está aparecendo lá é só "Inscrição Cancelada".
A minha vontade era gritar comigo mesma, mas vou me poupar pra só ouvir dos meus pais mesmo.
Eu sei que isso vai causar uma revolução aqui em casa, começando que eu já estava inscrita pro cursinho intensivo e já tinha todos os planos em volta desse vestibular.

Tudo vai começar quando eu entrar no quarto da minha mãe e contar... Então, porque não deitar na minha cama e acordar só depois do vestibular, ou então ir tomar essa chuvinha maravilhosa que tá lá fora até pegar uma pneumonia pra 1 mês?

Ai, burradas que ficam pra história. =(

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Etapa concluída


"Crescer nunca é fácil.
Você se apega a coisas que passaram... E se pergunta o que virá.
Mas, naquela noite, acho que nos demos conta de que havia chegado a hora de esquecer o passado... E encarar o que viria.
Outros dias, dias novos, dias que viriam.
O fato é que não tínhamos de nos odiar por ficarmos mais velhos. Tínhamos apenas de nos perdoar por estarmos crescendo."
*
De um episódio de Anos Incríveis (Wonder Years)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Estabilidade

Por muito tempo eu tentei me convencer de que o estável seria o melhor lugar para se estar.

Como num vôo, numa corrida ou em qualquer ação onde estabilidade é sinônimo de estar seguro, assim eu comparava à vida. Segurança era tudo o que eu ansiava.
Nem pra cá, nem pra lá. Nem muito avançado, nem deixado para trás. Estabilidade é ter tudo muito calmo, meticulosamente calculado.

Como eu cresci em um lar muito passional, "intenso", acho que vendo os lados negativos disso eu desejei mudar a história das minhas próximas gerações, podendo no futuro ser conhecida como uma mulher sábia, ponderada. Não creio que podemos mudar o que sentimos, mas como procedemos e aparentamos ser, sim... Isso é tudo questão de costume, de como nos moldamos.

Na Bíblia, em Eclesiastes é dito que devemos evitar ambos os extremos de qualquer coisa. E eu tenho usado isso como um amuleto pra justificar todas as vezes que não me movi - acho que até já o citei aqui uma vez.
Em tudo que me falta coragem, eu uso esse amuleto pra convencer os outros e a mim mesma de que eu estou fazendo o melhor ficando parada, optando pela estabilidade.

... Talvez esteja na hora de ser um pouco mais passional, dar oportunidade para os erros serem cometidos, para que também os acertos e vitórias possam ser maiores.
Pai, quanta coragem me falta!