domingo, 29 de junho de 2008

De amigas


"Um filho, numa mulher, é uma transformação. Até uma cretina quando tem um filho melhora." Nelson Rodrigues

Eu morri de rir quando li isso, porque o Nelson Rodrigues era brilhantemente estúpido.

Logo que bati o olho, me perguntei se eu daria algum motivo para ser classificada como cretina. Sério! Haha. Acho que todos nós nunca devemos deixar de nos policiar quanto às nossas próprias características. Mas enfim, voltandooo...

Percebi que é inevitável não pensar nas minhas amigas - mais chegadas - para me descobrir. No caso eu logo pensei num todo, se alguma delas poderia ser considerada cretina também. Querendo ou não, somos muito influenciadas uma pela outra. Eu costumo sempre me comparar a elas, não para tentar me tornar cópia, mas pra ver se estou no lugar certo.
Se elas têm posicionamentos mais conservadores, mais liberais; isso não importa, é pessoal. Mas se elas têm opinião formada quanto a algo e eu não, ou se mais de uma vai contra algo que eu estou fazendo ou pensando, eu já me alerto. Porque são elas as pessoas que eu escolhi ter por perto, conviver. Eu tive meus motivos pra confiar isso a elas. Então por elas eu percebo se está na minha hora de amadurecer, de desencanar, de mudar... Isso quando elas não me avisam antes de eu perceber.

No final, os grupos de amigas são sempre uma mistureba, mas aos poucos as virtudes e verdades vão se assemelhando. Os gênios e personalidades diferentes continuam, mas os gostos, escolhas, a maturidade... Ah, mudam!

E não adianta se comparar com os amigos homens, por mais ótimos e brilhantes que sejam. Quanto a isso, definitivamente eles são de outro planeta.

(Viu? A maternidade não tinha nada a ver. Eu sou louca. haha)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

a.co.mo.da.do adj (part de acomodar)


1. Arrumado, acondicionado. 2. Alojado, hospedado. 3. Adequado, conveniente. 4. Resignado, conformado. 5. Moderado, razoável, convidativo.

Todos nós somos. Com opiniões, conceitos, com a nossa própria vida.

"Pra que fazer uma escolha diferente da que já fizeram por mim?"
"Por que tomar uma atitude se eu posso ficar parado?"
"Reivindicar?Não me levaria muito longe."

Todos pensamos assim de vez em quando. Mas quando vemos, já se passaram dias, meses, anos e nada de nós existirmos. Eu particularmente acho muito fácil desaparecer, tenho ultimamente feito isso, muito bem feito. O nosso próprio silêncio é mais poderoso do que esperamos, porque bem como ele é, discretamente nos torna aprisionados.

Penso que se todos tivessem sempre opinião própria, opinião que divergisse das outras, tudo se tornaria uma completa confusão. Não chegaríamos a consensos nunca, nos irritaríamos constantemente e acabaríamos todos sozinhos. Por isso que não quero defender um extremo hoje. Nem acomodado, nem incomodado. Acho que devemos encontrar um meio termo no qual possamos ficar. Em que ora digamos, ora nos calemos.

Ceder, aceitar, adaptar, perdoar, aprender e às vezes simplesmente não entender (e seguir em frente) são algumas das virtudes que acho que todos deviam buscar ter... Pelo menos os que querem viver bem com os outros.